DJURTUS NA DIÁSPORASELEÇÃO ASELEÇÃO NACIONAL

«MISTER CANDÉ PEDIU-ME PARA SIMULAR UMA LESÃO» SANÁ

O futebolista internacional pelos ‘Djurtus’, Lassana Camará (vulgo Saná) revelou esta quinta-feira, 31 de Maio 2018, que o selecionador de futebol da Guiné-Bissau, Baciro Candé lhe pediu para fingir que tivesse contraído lesão por forma a ficar fora dos convocados para os amistosos contra Burkina Faso e Congo Brazzaville, ambos disputados em França, resultando em duas derrotas de 2-0.
Durante uma conferência de imprensa, Saná contou que Baciro Candé pediu-lhe para simular sua própria lesão, com a promessa de chamá-lo para o embate dos ‘Djurtus’ frente aos ‘Mambas’ de Moçambique agendado para Setembro próximo, numa partida a contar para os jogos de qualificação ao Campeonato Africano das Nações (CAN’2019), a realizar-se em Camarões.
“Candé ligou primeiro para Catió Baldé para lhe informar que fui chamado à seleção. E depois ligou para  mim pedindo que ligasse ao Catió para simular a minha própria lesão, aceitei e respondi-lhe que informaria ao Catió sobre o assunto. Liguei para Catió e informei tudo sobre a minha conversa com Baciro Candé, Catió ficou admirado com o sucedido”, conta o jogador, acrescentando que não vai admitir situações do género.
Saná considera que é normal ficar fora dos convocados caso não seja opção da equipa técnica, mas avisa que nunca admitiria que as pessoas brinquem com sua profissão. O futebolista disse que já manifestou, pessoalmente, o seu desagrado junto do selecionador nacional logo na sua chegada à Bissau esta semana.
O internacional também pelas seleções jovens de Portugal, sublinha ainda que foi alvo de várias críticas por ser encarrado como sendo um dos jogadores mais rebeldes dos ‘Djurtus’. O médio contou ainda que Baciro Candé terá insinuado junto dos seus colegas da seleção de que ele (Saná) e o então diretor executivo da seleção, Catió Baldé, pretendem conspirar contra ele no comando dos ‘Djurtus’, fato que Saná considera de calunioso e difamatório.
Contudo, o jogador garante que nunca abandonaria a seleção nacional, admitindo que alguém o pode afastar enquanto dirige os ‘Djurtus’, mas diz acreditar que ninguém será eterno na seleção.
Sobre a participação dos ‘Djurtus’ no CAN’2017, o médio revelou que foi retirado injustamente do onze inicial para o último jogo da turma nacional diante da seleção de Burkina Faso, sem entrar em detalhe sobre as situações que minaram o balneário da Guiné-Bissau no Gabão.
Além de Baciro Candé, Saná criticou duramente o selecionador nacional de futebol sub’20 anos, Emiliano Té, chamando-lhe de fraco e falso, acrescentando que Té é uma pessoa sem pulso. Acusa Té de interferir-se nos assuntos da equipa técnica dos ‘Djurtus’.
“Emiliano Té me telefonou a dizer que foi ele quem persuadiu Baciro Candé para não me convocar, alegando que eu acabava de mudar do clube. E perguntei-lhe o porquê da convocação  dos outros jogadores que mudaram também de clube”, explica. Saná disse que uma semana depois, Emiliano Té terá ligado novamente para ele a dizer que a ideia de o telefonar não era dele, sem no entanto avançar com o nome de quem era a iniciativa.
Sobre as acusações de Lassana Camará, o selecionador sub’20, Emiliano Té não quis prestar declarações, mas jornal O Democrata soube que promete pronunciar-se posteriormente.
A redação do semanário O Democrata tentou, sem sucesso, contatar o selecionador nacional de futebol da Guiné-Bissau, Baciro Candé.

Por: Sene Camará
in O DEMOCRATA GB

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