O adjunto selecionador da seleção de futebol da Guiné-Bissau, Romão dos Santos, embora tenha admitido que foi despedido do cargo, confirmou que não recebe o seu salário mensal há 14 meses e sem nenhuma justificação prévia do Ministério das Finanças do país.
Segundo Dos Santos, para além da dívida no contrato que terminou no mês de junho último, o Estado guineense deve-lhe cerca de 8 milhões de francos CFA, quando desempenhava o mesmo cargo, com o português Norton de Matos, selecionador da Guiné-Bissau.
“Neste momento estou com 14 meses de salários em atraso, para além de 8 milhões de francos CFA, enquanto eu era adjunto de Norton de Matos, mas frequento quase toda a semana o Ministério das Finanças e ninguém sequer me dá justificação sobre o assunto”, explicou o técnico.
Numa entrevista no jornal desportivo da Rádio Jovem no passado dia 27 de agosto, o treinador referiu que perante esta situação, solicitou a intervenção da Federação de Futebol (FFGB), mas recebeu resposta negativa do órgão que dirige o futebol nacional.
Visivelmente desapontado com a falta do engajamento da direção da FFGB sobre o caso, Santos sublinhou que para além das sucessivas cartas enviadas ao órgão, também enviou cartas aos diferentes ministros das Finanças nos últimos tempos no sentido de resolver a situação.
“A federação enviou-me uma carta em resposta da minha solicitação, onde alega que não são responsáveis para o pagamento dos meus salários e tenho mais de 10 cartas que enviei ao Ministério das Finanças e aos sucessivos ministros, mas até hoje não recebi nenhuma resposta da entidade”, referiu o treinador.
Embora o executivo liderado por Aristides Gomes tenha respondido à sua solicitação e até mandou uma equipa do tesouro para fazer averiguação, tendo esta concluído que a dívida em causa existia.
Em relação à sua situação enquanto selecionador adjunto, Dos Santos acrescentou que os restantes elementos da equipa técnica já renovaram os seus contratos, mas até então não foi comunicado pela FFGB sobre a sua continuidade no cargo.
Durante a conversa com o jornalista desportivo Elvis da Silva, o treinador disse que apesar do silencio do órgão, em diversas vezes recebeu garantias da parte do presidente da FFGB sobre a sua continuidade no cargo.
Santos admite que mantém uma boa relação com os membros cessantes da FFGB, mas lamenta a forma como foi tratado durante vários anos que integrou a equipa técnica da seleção nacional de futebol.
O antigo treinador do Sport Bissau e Benfica, juntamente com atual selecionador, Baciro Candé, levaram a seleção da Guiné-Bissau a participar nos dois Campeonato Africano de Futebol(CAN), em Gabão 2017 e Egito 2019.
Questionado sobre as duas participações do país na maior competição africana de futebol, Dos Santos realçou que no Gabão a Guiné-Bissau esteve bem, devido à organização imprimida na altura.
De referir que a Guiné-Bissau perdeu em novembro de 2019 na visita ao Congo, na segunda jornada do Grupo I de qualificação para a Taça das Nações Africanas de futebol(CAN2022).
Na liderança, está o Senegal, que venceu na visita à seleção da antiga Suazilândia por 4-1, chegando aos seis pontos.
Durante a entrevista concedida à nossa estação emissora, Romão dos Santos falou da sua carreira enquanto jogador de futebol, treinador nos clubes, sua experiência na seleção nacional e a sua situação salarial.
Segundo informação disponível, a dívida com o treinador ronda 16 milhões de francos CFA.
Por: Alison Cabral