BOBÓ -“VEJO COM MUITA TRISTEZA O FC CANCHUNGO A SER SEMPRE “COBAIA” DA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DA GUINÉ”
Em conferência de imprensa realizada este domingo, 19 de março de 2023, na Escola do Ensino Básico “1 de Junho”, em Canchungo, o presidente do Futebol Clube de Canchungo, Mamadu Bobó Djaló afirmou que a Federação de Futebol da Guiné-Bissau tem vindo a tratar sempre o FC Canchungo de “Cobaia”, onde os males são testados.
Mamadu Bobó Djaló, figura que dispensa apresentações no panorama futebolístico nacional, disse que não quer “levantar o machado de guerra“, e nem está no futebol para as brigas, mas simplesmente para proporcionar um ambiente de crescimento sã à juventude e criar bons momentos de lazer para os amantes do futebol, mas quando vê o futebol a tomar um rumo destes, fica com muita tristeza porque o futebol lhe proporcionou tudo.
“Digo que Canchungo está a ser cobaia da federação de futebol, mas de alta e viva voz, vejo muitas injustiças que passaram no futebol, mas uma coisinha só com o Canchungo, já é castigo“. Afirmou Bobó Djaló.
Bobo recordou vários capítulos que considera negro, entre os quais um jogo frente a Estrela Negra de Bissau, quando FC Canchungo ainda se encontrava na segunda divisão, onde a direção do clube nortenho decidiu fazer o jogo da segunda mão em Bissau para evitar confrontos. Bobó afirmou que pediu para não jogar em casa porque tinha pressentimento que haveria morte se o jogo fosse disputado em Canchungo.
Continuou dizendo ainda que em Bissau, no referido jogo, dirigiu-se para cumprimentar o Caíto Teixeira, atual presidente da FFGB e na altura presidente da EN Bissau, este por sua vez ignorou-lhe mesmo tendo-lhe chamado três vezes, mas Caito já lhe pediu desculpas em várias ocasiões depois do sucedido. Durante o jogo, Bobó disse que surgiram três “Canter” cheio de militares que invadiram o Estádio Lino Correia.
Bobó reconheceu, por outro lado, que nem sempre FC Canchungo teve comportamentos desportivos, e referiu o jogo frente ao AC Bissorã, na altura Manelinho era presidente do clube adversário, onde os lobos abandonaram o jogo, facto que ditou a penalização com descida de divisão, e isto está previsto na lei, mas estranha-se que as leis só são aplicados quando não favorecem os lobos.
“No ano passado, campeão nacional foi Canchungo, onde há leis, campeão nacional é Canchungo, mas com todas as letras“. Bobo justificou esta afirmação baseando na polémica do ano passado, onde SB Benfica teve um jogador castigado por suposto contrato com o Sporting CGB e também do SB Benfica ter assinado com jogador do Sporting CGB que acabaria por continuar a jogar nos leões.
O presidente do FC Canchungo afirmou ainda que no futebol nacional não possa haver filhos e enteados. Prometeu dar uma resposta por escrito e falar pessoalmente com o presidente da Federação e da Liga de Clubes.
“Sei que o futebol da Guiné irá durar muito, mas tenho esperanças que vai seguir o bom rumo, ainda bem que esta direção está a dar alguns passos, mas tem que ser mais objetivo e que as leis têm que ser cumpridas por todas, não uns a cumprir e outros não“. Mostrou-se esperanço Bobó Djaló.
Na mesma ocasião, Mamadu Bobó Djaló afirmou que não há verdade desportiva no futebol guineense, porque se houvesse, FC Canchungo não serviria de “cobaia” de vários casos, onde são ensaiados todos os males no futebol guineense.