ABEL CAMARÁ: «TÍNHAMOS SETE OU OITO PESSOAS MORTAS NO BALNEÁRIO»
Avançado luso-guineense do Arema descreve o cenário de horror no final do jogo com o Persebaya
Abel Camará, avançado luso-guineense do Arema, descreveu o cenário de horror no final do jogo com o Persebaya, disputado no Estádio Kanjuruhan, em Malang (Indonésia). Há, neste momento, 125 mortes confirmadas.
«É um dérbi muito antigo e durante a semana já se sentia pela cidade que era um jogo de mais de três pontos. Diziam que era um jogo de vida ou de morte, que podíamos perder todos os jogos menos este. Sentia-se a tensão no ar. Depois de termos perdido o jogo, fomos pedir desculpa aos adeptos. Eles começaram a subir as vedações, as grades, nós fomos para o balneário», começou por explicar.
O antigo jogador do B SAD explica como se viveram as horas seguintes: «A partir dali começámos a ouvir tiros, empurrões. Tivemos pessoas dentro do balneário que apanharam com o gás lacrimogénio e morreram ali à nossa frente. Tínhamos ali à volta de sete ou oito pessoas mortas no balneário», disse, ao Maisfutebol.
«Tivemos de ficar lá quatro horas até eles conseguirem afastar toda a gente. Quando saímos, quando estava tudo mais calmo, havia sangue, sapatilhas, roupas por todo o hall do estádio. Quando saímos do estádio no autocarro, eram carros queimados, civis e da polícia, mas tivemos uma viagem tranquila até ao nosso centro de estágio, pegámos no carro e viemos para casa. Agora estamos em casa, a aguardar para ver o que vai acontecer», remata Abel Camará.
MaisFutebol